sexta-feira, 30 de julho de 2010

Andei pensando em nós, na nossa vida. Assim no plural, que é pra amarrar sua história na minha. Pra colarmos nossas mãos e juntos protagonizar os próximos capítulos.
Materializei você ao meu gosto. Te desenhei num papel bonito, dobrei e guardei no bolso que é pra te carregar comigo, pra que você veja por quais caminhos eu faço futuro. Quis estar no seu bolso também, saber das coisas que você gosta, das que você desaprova. Mais que isso, eu quis muito olhar nos seus olhos.
Eu quis conhecer o limoeiro do seu quintal, sentar debaixo, falar da vida. Quis que você colocasse em palavras o que sente, que falasse com música. Eu quis a caixa de email com uma novidade às quatro da tarde, um botão de rosa sem data marcada. Eu quis um abraço apertado de saudade e um afago suave de quem não tem pressa.
Eu quis te encontrar num dia desses qualquer, alimentei a sua espera e até sonhei com você.

domingo, 18 de julho de 2010

Para você...



Faça sempre o que você fez noite passada, ponha no papel essa agonia que carrega no peito. Jogue fora o peso das perguntas que não possuem respostas. Organize o armário, a agenda, a vida.
Não destine a mim todo o sentimento, mesmo que eu te goste, vou virar frustração um dia. Olhe bem a minha cara lavada, não sou feita de vidro. Não consigo - nem quero - materializar essa sua verdade inventada.
Ame algo na vida que seja só seu. Se ame acima de tudo. Não ponha seu coração à venda a um mau pagador. Doe-se sem se perder. Construa o futuro agora, não o coloque nas mãos de uma pessoa qualquer. Não espere a grande chance, ela se encontra diante dos seus olhos se você souber olhar.
Um dia, quero te ver num futuro bom, e sei que não vai demorar.

sexta-feira, 16 de julho de 2010



Revirar as gavetas me fez ganhar de você uma visita distante. Aquele velho álbum de fotografias me levou para uma viagem há um tempo quase presente, psicologicamente antigo.
Tem muitas coisas que eu queria que você soubesse, mas nosso português tem significados diferentes agora. Só conseguimos nos comunicar por gestos: Você veste sua armadura e eu recuo. Nos olhamos pedindo convite para um papo bom. Não conseguimos.
Eu escolheria a distância geográfica se pudesse receber de você qualquer mensagem de boas novas, qualquer sinal de fogueira. Só pra saber que é você ali, e se lembrou de mim. Compartilhou um riso, uma lágrima, frustrações, euforias e tudo mais.
Você se lembra do primeiro show que fomos? Certas alegrias baratas costumam valer uma vida. E quando você chorou sua primeira dor de amor, foi comigo que voce abriu o peito e escancarou todo o sentimento. Chorou, xingou e seguiu. Quando foi a minha vez, nem precisei chamar e você já estava lá.
Chegamos ao futuro enfim, e o que mais me entristece é ter que te deixar no passado.

quinta-feira, 15 de julho de 2010



Não, eu não estou brava com você. O problema é esse tempo que passa rápido demais, que me obriga a apertar o passo. São os ponteiros do relógio gritando: o futuro começa agora. É sempre a mesma história. Fico exausta quando o assunto sou eu, é você, é essa confusão que a gente se causa.
São tantas decisões que no fim das contas, por medo, adio aquele abraço que ensaiamos tantas vezes, amarro num laço as palavras que tenho vontade de te dizer. E você sabe. Você me lê em cada gesto.
Eu te confundo. Você não entende, revolta. E então te peço: por favor, não brigue comigo! A luta não é minha, é com o tictac que não pára. São as folhas do calendário virando insistentemente. Mas ouça! Tudo muda. Um dia a gente senta na calçada, brinca com o tempo. Um dia a gente segue rumo.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Trilhas da semana.

Simone - Migalhas
Oswaldo Montenegro - Intuição, Metade, Andança
Julinho Marassi e Gutemberg - Aos meus heróis
Los Hermanos - Conversa de botas batidas
Maria Bethania - Grito de alerta
Belchior - Medo de avião, Saia do meu caminho